Dia 11 de fevereiro é o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência. Com o objetivo de fomentar o papel de mulheres e meninas na ciência, a data foi implementada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pela Organização das Nações Unidas – ONU Mulheres, em colaboração com instituições e parceiros da sociedade civil.
Segundo dados da Unesco, a porcentagem média global de pesquisadoras nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM, sigla em inglês) é de 33,3%. Já o percentual de estudantes mulheres é de 35%. Os dados mostram ainda que 30% dos países com dados disponíveis sobre a proporção nacional de pesquisadoras atingiram a paridade em 2016.
Diante deste cenário, a professora Cíntia Fernandes da Silva, do Instituto Federal Catarinense (IFC) Campus Videira, e pesquisadora sobre a temática, observa que a participação das estudantes e professoras em projetos e programas de pesquisa institucionais deve ser incentivada. “Historicamente a participação das mulheres na ciência, consequentemente na pesquisa, é menor que a participação masculina. Precisamos incentivar a participação das estudantes nos projetos, para aos poucos aumentarmos este percentual. Na minha opinião, infelizmente a participação das mulheres pesquisadoras em projetos e programas de pesquisa no IFC, assim como em todo país, ainda é baixa. A participação das estudantes é ainda mais baixa”, reflete Silva.
Professora Eliana Teresinha Quartiero, do IFC Campus Camboriú, e coordenadora do Núcleo de Estudos de Gênero e Sexualidade (Neges) Institucional do IFC, menciona que, de acordo com dados divulgados em 2021, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), as mulheres dominam a área de ciências da saúde, representando mais de 60% do conjunto de pesquisadores. Entretanto, apesar de apresentarem maior produtividade em várias áreas, elas têm menos visibilidade, menos cargos de chefia e recebem menos bolsas e premiações.
“Para modificar este panorama mostra-se necessário propiciar que as meninas conheçam, desde criança, diversas possibilidades profissionais, buscando romper com estereótipos que restringem suas possibilidades de atuação. Buscar uma desconstrução dos marcadores de gênero que têm constituído desigualdades de acesso e atuação na área do conhecimento. No meio acadêmico, movimentos estão sendo feitos para construir essa mudança, através de ações afirmativas, que possibilitaram um aumento na participação de mulheres em comitês, e a inclusão do período de licença-maternidade no currículo Lattes. Mas mostra-se muito importante a tarefa de trazer estes questionamentos à tona, manter discussões, debates na sociedade, precisamos refletir e questionar sobre as desigualdades de gênero que se apresentam em todos os espaços do social”, enfatiza a coordenadora do Neges Institucional..
Pesquisa no IFC
No Instituto Federal Catarinense (IFC) existem programas específicos de incentivo à pesquisa para participação de estudantes e servidores, inclusive com opções de apoio financeiro interno e externo, como por exemplo, as bolsas destinadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), entidade ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para incentivo à pesquisa no Brasil. Em 2023, o IFC registrou 330 projetos de pesquisa básica e aplicada. Envolveram 323 estudantes bolsistas, 586 estudantes voluntários e 799 servidores.
De acordo com Joseane Evaldt Corrêa Teixeira, diretora de Pesquisa no IFC, todos os programas são importantes para incentivar a pesquisa na instituição. Pois, como princípio pedagógico, a Política de Pesquisa do IFC, assim como os programas de apoio ao desenvolvimento de projetos e à produção científica e tecnológica, promove espaços institucionais de compartilhamentos de projetos, de pesquisas e de experiências.
“Estes espaços propiciam a integração entre pesquisadores e pesquisadoras do IFC, assim como o protagonismo, autonomia e compromisso dos nossos estudantes na construção e disseminação do conhecimento produzido. Ademais, esses programas incentivam a pesquisa e proporcionam a integração dos saberes específicos para a produção do conhecimento e para intervenção social. Considerando o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, é importante destacar que, analisando os quatro editais maiores da reitoria em 2023, o percentual de mulheres e meninas entre estudantes bolsistas nos projetos de pesquisa do IFC é de aproximadamente 60%”, destaca a diretora.
Atualmente são quatro programas no IFC, todos coordenados pela Pró-reitoria de Extensão, Pesquisa, Pós-graduação e Inovação (Proeppi). São eles: Programa de Apoio Institucional ao Desenvolvimento de Programas e/ou Projetos, à Produção e à Publicação Acadêmica, Científica e Cultural; Programa Institucional para concessão de Bolsa Estudante do IFC; Bolsas por quota do CNPq; Ações Acadêmicas Integradas. As informações sobre esses programas institucionais e orientações sobre como participar dos projetos e programas de pesquisa estão disponíveis no site do IFC em https://propi.ifc.edu.br/programa-de-bolsas/
Texto: Cecom/Reitoria/Rosiane Magalhães
Arte: Cecom/Reitoria/Andréa Santana